Evento internacional no SEL discute pesquisas com o uso de isolantes elétricos

Evento internacional no SEL discute pesquisas com o uso de isolantes elétricos

Você sabe o que são dielétricos? Os cientistas explicam que se trata de isolantes de eletricidade que podem ser encontrados nos estados sólido, líquido e gasoso. Alguns exemplos são o teflon, o óleo utilizado em transformadores e até mesmo o ar. Mas a função dos dielétricos que chama mais a atenção dos pesquisadores é a de reter cargas. Com essa utilidade, é possível desenvolver uma série de sensores com aplicações em diversos campos.

Algumas das principais pesquisas que estão sendo desenvolvidas dentro da área foram destaque na segunda edição do International Workshop on Advanced Dielectrics and Applications (IWADA 2017), realizado no dia 19 de dezembro no Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP.

Entre os participantes, estiveram grandes autoridades no assunto que abordaram os seguintes tópicos durante as 11 palestras realizadas: materiais avançados, sensores e aplicações, carga espacial e efeitos relacionados e materiais multifuncionais. Um exemplo de material que pode ser produzido com os dielétricos é o piezoeletreto que, quando carregado eletricamente, pode ser utilizado como sensor e realizar diferentes tarefas. Podemos encontrar aplicações desse material tanto em campos mais complexos como a robótica, quanto em aparelhos inseridos em nosso dia a dia, como uma balança de peso ou até em transdutores de ultrassom.

Os convidados do debate realizado no Anfiteatro Armando Toshio Natusme do SEL foram: Reimund Gerhard, professor da Universidade de Postdam, na Alemanha; Doan Nguyen, doutorando na mesma Instituição; os professores José Alberto Giacometti e Oswaldo Oliveira Jr. do Instituto de Física de São Carlos (IFSC); Ruy Alberto Pisani Altafim, professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB); os docentes Ben-Hur Viana Borges, Ruy Alberto Altafim, Rogério Flauzino e Luis Fernando Costa do SEL, além dos alunos Daniel Ferreira, Marco Aurélio Mijam e Thiago Nordi, também do Departamento.

Confira as fotos do evento na página do SEL no Facebook!

Mais Informações
Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL)
Telefone: (16) 3373-9365

Alunos de Engenharia Elétrica criam hardware que pode diminuir valor da conta de luz

Alunos de Engenharia Elétrica criam hardware que pode diminuir valor da conta de luz

SancaLights calcula de forma exata o valor da Contribuição de Iluminação Pública, hoje feita de forma estimada pelo poder público

Hardware permite calcular gasto de energia de cada poste da iluminação pública – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Aplicativos, softwareshardwares e web systems são termos cada vez mais comuns no dia a dia das pessoas e se tornaram sinônimos de soluções rápidas e eficientes para problemas específicos da sociedade. E essas soluções podem surgir em horas, durante maratonas de programação. Foi o que ocorreu durante o HackathonUSP, realizado nos dias 11 e 12 de novembro pelo Núcleo de Empreendedorismo (NEU) da USP, o grupo USPCodeLab e a plataforma InterSCity, no campus Cidade Universitária, em São Paulo. Estudantes da USP foram desafiados a desenvolveram aplicações tecnológicas para problemas do dia a dia de municípios brasileiros a partir do tema Utilizando a tecnologia para criar cidades inteligentes.

O projeto vencedor propôs o monitoramento do consumo da iluminação pública com um hardware que capta o gasto de energia e um sistema web que apresenta os dados de cada poste de luz em um mapa. Chamado de SancaLights, o hardware pode reduzir valores na conta de luz que cada morador paga no final do mês.

Atualmente, além de seu próprio consumo, cada residência paga uma parte da energia pública dos postes de luz por meio da Contribuição de Iluminação Pública (CIP). O valor da CIP é calculado a partir de uma estimativa das prefeituras, que supõe que todos os postes estão acesos durante um determinado período. O problema é que lâmpadas queimadas também entram nessa conta. Numa cidade com aproximadamente 700 mil postes, essa estimativa de gasto de energia elétrica pode diferir muito do valor real consumido. Como as prefeituras contam com a ajuda da população para avisar sobre lâmpadas queimadas, o processo é burocrático e pode demorar semanas para que o reparo seja feito.

O SancaLights chega ao valor exato do imposto a partir da medida da corrente elétrica que passa em cada poste de luz, assim, o consumo passaria a ser medido em tempo real, fornecendo dados para cobrança do valor adequado e também para a rápida substituição de lâmpadas que não estejam funcionando, tornando a iluminação pública mais eficiente e eficaz.

O SancaLights foi elaborado pelos estudantes André Perez, Daniel Fernandes da Nobrega, Leonardo Parente e Guilherme Rocha Gonçalves, todos do curso de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP.

A equipe vencedora elaborou um aplicativo que calcula o valor do imposto sobre iluminação pública – Foto: HackathonUSP

André explica que a ideia surgiu em 2012, quando o grupo assistiu a uma palestra que informava que o gasto energético da iluminação pública era estimado, pois não havia equipamentos de medição individual em cada poste. Logo, a população pagava, através do imposto CIP, 15% a 30% do valor da conta de luz, um valor que podia ser longe do real. “Isso motivou o grupo a desenvolver uma solução, contudo não tínhamos o know-how técnico para tal atividade naquela época. Conforme íamos adquirindo conhecimento e habilidades ao longo do curso, a viabilidade técnica de uma solução foi se desenhando e ficando cada mais clara e madura.”

André, que já participou e venceu outra edição do HackathonUSP, disse que, quando soube que haveria outra edição com o tema de cidades inteligentes, teve a “convicção de que essa era a oportunidade ideal para tornar real este projeto de longa data. Para tanto, convidei os outros integrantes da equipe para participarem e formamos a SancaLights.”

Assim como todos os protótipos apresentados na competição, o SancaLights terá continuidade em seu desenvolvimento, através de acompanhamento feito pelo NEU. “Já conversamos com alguns professores e estamos discutindo a viabilidade econômica do projeto”, informa André. Ele vê no HackathonUSP “uma oportunidade única de concretizar habilidades que adquirimos mas que, muitas vezes, ficam restritas ao ambiente acadêmico”, sendo também uma forma de “expandir o networking, conhecendo tanto alunos e professores de outros cursos e universidades quanto profissionais consolidados no mercado.”

Fabio Kon, professor do IME, explica que na escolha do tema “foi vislumbrada a oportunidade de colocar a plataforma InterSCity à disposição de uma comunidade mais ampla para que ela seja testada e explorada de diferentes formas. Ficamos bastante felizes com o resultado que demonstrou que a plataforma está se desenvolvendo num bom caminho.” Kon é coordenador do InterSCity e explica que a plataforma  é “um sistema de software livre desenvolvido colaborativamente, que tem como objetivo facilitar o desenvolvimento de sistemas e aplicativos no contexto de cidades inteligentes”.

A equipe que ficou em segundo lugar foi a GeoSchools, que desenvolveu um mapa interativo para análise de densidade de escolas, para que gestores da cidade decidam os melhores locais para investimentos em educação. Já a terceira colocada, Madame Pomfrey, criou uma carteira de vacinas virtual para rastrear digitalmente o histórico de vacinas da população.

Imagem do aplicativo que calcula imposto incluído na conta de luz – Foto: André Marcos Perez​

HackathonUSP – Além da premiação para os três primeiros colocados, o HackathonUSP concede menção honrosa a três outras equipes que obtiverem desempenho destacado durante o evento: a que obteve o melhor pitch (apresentação curta), melhor design de solução e importância do tema escolhido.

O hackathon se iniciou após uma palestra introdutória da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, a organização do evento apresentou o tema para a competição e os grupos tiveram de criar suas soluções dentro do tempo determinado. Depois de apresentadas as propostas, os grupos passaram pela avaliação de uma banca que seguiu critérios de julgamento, como criatividade, design, impacto e funcionamento.

Para Luana Oliveira, do NEU, o HackathonUSP proporciona “a oportunidade para os alunos criarem soluções novas”. O evento, segundo Luana, “é uma maneira de incentivar o empreendedorismo e a inovação dentro da faculdade. Um pouco mais na área de tecnologia, por ser um hackathon, mas também nas áreas de negócios, design, etc”. Ela informa que a próxima edição do HackathonUSP deverá ocorrer no primeiro semestre de 2018.

“Competições de inovação e tecnologia são uma forma excelente de estimular as pessoas a focar seus esforços em diferentes temas de interesse para os cidadãos. Hackathons são um desses tipos de eventos, onde é possível engajar toda uma comunidade em torno de um problema real”, diz Renato Cordeiro, do USPCodeLab, grupo de extensão que tem como missão “criar um espaço colaborativo para o desenvolvimento de tecnologia na Universidade”. Um dos carros-chefe do grupo, aliás, é “a organização de hackathons, em particular o HackathonUSP”, explica.

O público do evento é formado por estudantes das várias unidades da USP ou com vínculos acadêmicos com outras instituições de ensino superior do Brasil ou de outro país. Os candidatos primeiramente realizam suas inscrições e passam por uma seleção. Os selecionados devem submeter seus projetos antes do dia da competição, para que a organização possa conhecê-los melhor. Nesta última edição, 43 participantes se distribuíram em 12 grupos que desenvolveram soluções para o tema proposto.

Para mais detalhes sobre o HackathonUSP e conhecer as soluções propostas na quarta edição, visite o site do evento.

 

Texto: Vinicius Crevilari – Jornal da USP

Chamada de propostas de laboratórios de incentivo e apoio ao curso de Engenharia de Computação

Chamada de propostas de laboratórios de incentivo e apoio ao curso de Engenharia de Computação

Chamada de Propostas – Engenharia de Computação

Estão abertas, até o dia 10 de janeiro de 2018, as inscrições para a segunda chamada de projetos de Laboratórios de Incentivo e Apoio a Ensino, Pesquisa, Inovação, Empreendedorismo e Extensão para o curso de Engenharia de Computação, uma iniciativa da Comissão Gestora Administrativa (CGA) do curso de Engenharia de Computação, oferecido em conjunto pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP.

Mais informações no endereço : http://www.eesc.usp.br/portaleesc/index.php?option=com_content&view=article&id=4161&catid=2&Itemid=164

Tecnologia que transforma dados em imagens é tema de palestra no SEL

Tecnologia que transforma dados em imagens é tema de palestra no SEL

Ferramenta é utilizada para interpretar grandes quantidades de informações obtidas das redes elétricas

Vladimiro Miranda, professor titular da Universidade do Porto, dará palestra no SEL. Foto: Blog do Encontro com Ciência

O sistema elétrico brasileiro gera uma enorme quantidade de dados que são recolhidos por um equipamento chamado PMU. No entanto, apenas uma pequena parcela dessas informações é aproveitada pelo centro de controle, o que acarreta em um grande desperdício. Pesquisas recentes desenvolvidas em Portugal apresentam uma nova tecnologia capaz de transformar esses dados em imagens, facilitando a tomada de decisão dos operadores, podendo, por exemplo, prevenir apagões. Os avanços e resultados desses estudos serão tema de palestra no Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, na próxima terça-feira (28), às 10 horas.

“Essa tecnologia permite enxergar todos esses dados de forma surpreendente, como se fosse um filme. Com isso, conseguimos reconhecer instantaneamente problemas ocorrendo no sistema elétrico”, explica o palestrante Vladimiro Miranda, professor titular da Universidade do Porto, em Portugal. No bate papo, ele debaterá sobre os trabalhos que estão sendo desenvolvidos na área pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC).

Intitulada Seeing events in 2D pictures with deep learning applied to visual cortex neural architectures: a tool of the future for power system control centres, a palestra será realizada no Anfiteatro Armando Toshio Natsume do SEL. A entrada é gratuita e não demanda inscrições prévias.

Sobre o palestrante – Vladimiro Miranda é membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) desde 2006 e vencedor do Prêmio IEEE PES Excellence Award em Energias Renováveis ​​no ano de 2014. Ele é autor e co-autor de diversas publicações científicas em relevantes periódicos da área de Sistemas Elétricos de Potência e suas soluções inovadoras foram incorporadas na indústria com produtos que estão em uso em diversos continentes.

Atualmente, ele é membro do Conselho de Administração do INESC TEC; presidente do Conselho de Administração do INESC P&D Brasil; consultor científico do Institut de Recherche en Energie Solaire et Energies Nouvelles, do Ministério da Energia do Governo de Marrocos; além de prestar assessoria científica internacional para: Universidade Politécnica de Hong Kong; Instituto de Pesquisa Tecnológica (Madrid, Espanha); Instituto de Energia Elétrica (San Juan, Argentina) e ao Laboratório de Defesa Biológica e Química do Exército Português.

Foto: Blod do Encontro com

 

Mais Informações
Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da EESC

Telefone: (16) 3373-8276
E-mail: departamento.eletrica@eesc.usp.br

 

Imagens da vida: professor do SEL inaugura exposição fotográfica

Imagens da vida: professor do SEL inaugura exposição fotográfica

  Igreja de João Pessoa

Era início da década de 70 quando o então aluno Amílcar César ingressou na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP para cursar Engenharia Elétrica. Na trilha da graduação, uma surpresa: além do interesse pelos estudos na área, nascia a paixão pela fotografia, que até hoje o acompanha. Depois de décadas registrando diversos momentos e cenários, o atual professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC resolveu mostrar algumas de suas obras em uma exposição no Projeto Arte no Caminho, do SEL.

São 15 quadros que ilustram, em sua maioria, imagens do cotidiano, como igrejas, paisagens, pessoas e até mesmo uma apresentação de balé. “Não me prendo a um único estilo, registro tudo que acho interessante”, explica o professor. A relação do docente com a fotografia começou no terceiro ano como universitário por “culpa” de um colega de turma: “Ele tirava fotos e um dia me convidou para revelar o negativo de uma delas no estúdio que existia no CAASO (Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira). Foi então que gostei da experiência e resolvi comprar minha própria câmera”, conta Amílcar, que adquiriu a máquina de um rapaz que praticava voos de asa-delta, mas que considerava o equipamento pesado demais para utilizar durante a atividade.

Porta

Por muitos anos o professor fez parte do Íris Foto Grupo de São Carlos, associado à Confederação Brasileira de Fotografia, e participou de várias exposições pelo Brasil. Amante das fotografias em preto e branco, Amílcar continua registrando seus momentos, agora com equipamentos digitais. O contraste das épocas em que as fotografias foram tiradas também poderá ser visto na exposição que é aberta ao público e ficará nos corredores do bloco 1 do SEL até 15 de março.

A mostra é realizada no âmbito do Projeto Arte no Caminho, idealizado pelo SEL, com apoio da Comissão de Cultura e Extensão Universitária (CCEx) da EESC e do Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do campus de São Carlos da USP (GCACEx). A iniciativa visa despertar o interesse da comunidade pela arte, transformando ambientes universitários em pequenas galerias.

Este evento está no Entreartes, aplicativo gratuito criado pela USP que fornece informações sobre as atividades culturais oferecidas pela Universidade por meio de um QR Code e permite que os usuários acumulem pontos, trocando por brindes ou horas em Atividades Acadêmicas Complementares (AAC).  

 

Mais Informações
Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da EESC

Telefone: (16) 3373-8276
E-mail: departamento.eletrica@eesc.usp.br

 

 

SEL recebe palestra sobre a importância das normas ABNT

SEL recebe palestra sobre a importância das normas ABNT

O Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP recebe, na próxima sexta-feira, dia 24 de novembro, a palestra Importância das Normas Técnicas ABNT para a Sociedade. O evento, que ocorrerá das 9 às 10 horas, no Anfiteatro Armando Toshio Natsume do SEL, abordará os objetivos e impactos da normalização, além dos benefícios que ela pode trazer para a sociedade.

A palestra será ministrada por Roberto Silva Santos, gerente de articulação nacional da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Aberta a todos os interessados, a participação é gratuita e não demanda inscrições prévias.

Este evento está no Entreartes, aplicativo gratuito criado pela USP que fornece informações sobre as atividades culturais oferecidas pela Universidade por meio de um QR Code e permite que os usuários acumulem pontos, trocando por brindes ou horas em Atividades Acadêmicas Complementares (AAC).  

Mais Informações
Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação

Telefone: (16) 3373-9365
E-mail: departamento.eletrica@eesc.usp.br

 

 

Tempo para comunicação de dados na internet entre indústrias brasileiras e europeias é de 0,3 segundo

Tempo para comunicação de dados na internet entre indústrias brasileiras e europeias é de 0,3 segundo

   Dennis (à esquerda) e Murilo tiveram artigo premiado em evento sobre Indústria 4.0 na Itália

Se você tem uma indústria no Brasil e as máquinas de sua empresa precisam enviar informações pela nuvem para uma filial na Europa, o tempo da comunicação será de 0,3 segundo. Essa é a conclusão do artigo produzido pelo professor Dennis Brandão e o aluno Murilo Rocha, ambos da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. O trabalho foi premiado em evento internacional da área de Indústria 4.0, realizado em setembro, na Itália.

“A comunicação de dados nas indústrias precisa ser rápida e estável. No caso de assistirmos a um vídeo pela internet com uma conexão lenta, por exemplo, nosso problema será apenas a perda de alguns instantes do conteúdo. Já nos sistemas industriais, qualquer instabilidade pode causar prejuízos e riscos tanto para os trabalhadores quanto para o ambiente”, explica o professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC.

A ideia do trabalho foi medir quanto tempo uma determinada informação precisa para sair de um equipamento industrial brasileiro, passar pela nuvem, chegar até o velho continente e fazer o caminho de volta. Brandão explica que, atualmente, grande parte das indústrias não se comunica pela internet, o que prejudica o processo de troca de informações.

Supervisões gerais, checagem sobre a existência de aparelhos quebrados ou então a verificação de problemas no processo de produção são alguns exemplos de informações normalmente trocadas entre máquinas industriais. “A alta velocidade de comunicação é necessária para que as áreas de controle obtenham respostas rápidas o suficiente que permitam executar os processos sem falhas”, diz Rocha, que é mestrando em engenharia elétrica.

A pesquisa contou com a participação de Paolo Ferrari e Emiliano Sisinni, professores da Universidade de Bréscia, Instituição italiana que possui convênio com a EESC desde 2014. Intitulado Evaluation of communication latency in Industrial IoT applications, o artigo recebeu o prêmio de melhor paper no 2017 IEEE International Workshop on Measurements and Networking, realizado entre os dias 27 e 29 de setembro, em Naples, na Itália.

 

Mais informações
Assessoria de Comunicação do SEL

Telefone: (16) 3373-8740
E-mail: comunica.sel@usp.br

Elas previnem fraudes e interrupções no fornecimento de energia elétrica: conheça as Smart Grids

Elas previnem fraudes e interrupções no fornecimento de energia elétrica: conheça as Smart Grids

Economia, segurança e sustentabilidade são os principais pilares das redes inteligentes de energia; no Brasil, algumas cidades já iniciaram a implantação da tecnologia

     Redes inteligentes de energia elétrica permitem aplicações em diversas áreas. Montagem: Jéssica Gomes

Quem nunca passou por algum transtorno em casa quando a energia elétrica é interrompida depois de uma tempestade afetar as redes que alimentam nosso lar? Geralmente, o que fazemos nessa situação é solicitar os reparos à companhia responsável pelo fornecimento de energia, mas, dependendo da gravidade do problema, o tempo de conserto pode ser enorme. Evitar aborrecimentos como esse é uma das vertentes dos estudos em Smart Grids, área de pesquisa que propõe o uso da tecnologia para integrar os processos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica de forma sustentável.

“Hoje tudo é feito de forma manual e as redes de energia não são monitoradas. É por isso que as empresas que gerenciam a distribuição só tomam ciência de um problema quando os moradores do local prejudicado registram reclamações”, explica Eduardo Asada, professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. Quando a equipe de manutenção chega ao local, é necessário identificar o problema e isolar a área. No caso de um poste precisar ser trocado, o corte de energia elétrica na região pode durar dias.

Mas como as Smart Grids, ou redes inteligentes de energia elétrica, podem ajudar a contornar a situação? Segundo o docente, o que está sendo proposto nos estudos é a criação de rotas alternativas que possam levar energia elétrica para as regiões afetadas enquanto os reparos são feitos. Com o uso de sensores na rede, seria possível detectar o problema, comunicar em tempo real à empresa responsável, isolar a área comprometida e habilitar o fornecimento por uma rede próxima, tudo de forma autônoma.

As pesquisas da área possuem um caráter multidisciplinar e demandam, por exemplo, conceitos de computação, telecomunicações, inteligência artificial e economia. Um dos desafios na dinâmica das Smart Grids é reunir um elevado número de informações para que as ações possam ser executadas: “A possibilidade de obter, interpretar e comunicar os dados de toda a rede de energia facilita seu processo de automação”, afirma Denis Coury, professor e chefe do SEL.

         Denis Coury, chefe do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da EESC

O desconhecimento do perfil e das características da própria rede pelas empresas responsáveis é um dos principais problemas do atual modelo de distribuição de energia elétrica e um prato cheio para os golpistas que tentam burlar o sistema de medição nas casas. Asada explica que, embora as companhias saibam o quanto está sendo enviado de energia pelas subestações que alimentam as cidades, elas não conseguem ter a certeza do quanto realmente chega na residência de cada cliente.

“Se não possuem sensores espalhados pela rede, medindo o quanto está passando por cada trecho, as fraudes se tornam muito mais fáceis”. Segundo o especialista, o prejuízo para as empresas pode ser grande tendo em vista que, pelo fato das pessoas possuírem mais equipamentos eletrônicos nos dias de hoje, elas consomem bem mais do que há algumas décadas.

Produza, gerencie e venda sua própria energia – Outro conceito atrelado às Smart Grids é o de casa inteligente, no qual a residência é capaz de produzir a própria energia. A ideia é fomentar a instalação de painéis fotovoltaicos (solares) nas casas para que a energia elétrica obtida seja armazenada em baterias e utilizada em momentos convenientes que gerem economia aos moradores.

“Nós vivemos em um sistema sazonal e, principalmente no final do ano, as termelétricas entram em funcionamento, o que encarece nossa conta mensal e prejudica o meio ambiente. Com um “estoque” de energia em casa, poderíamos suprir parte do que compraríamos das concessionárias e, além de sair mais barato, seria uma iniciativa sustentável”, afirma Coury. Outra opção para obtenção de uma energia “limpa” é um maior investimento em energia eólica que, segundo o pesquisador, já é responsável por 7% de toda a produção energética do Brasil.

     Moradores poderão acompanhar consumo de energia em tempo real pelo celular. Imagem: Pixabay

Caso a energia armazenada nas residências seja excessiva, os moradores terão a opção de vendê-la para as empresas possibilitando que outras pessoas a utilizem. Mas como monitorar a quantidade de energia em nossas casas? É aí que entram em cena os Smart Meters (medidores inteligentes), que são capazes de gerenciar o fluxo de energia das moradias, de modo a identificar o quanto está sendo consumido e fornecido. Com a ferramenta, qualquer pessoa conseguiria acompanhar seu consumo em tempo real pelo celular durante qualquer época do mês e planejar suas ações.

Outra vertente das Smart Grids que também impactará positivamente o meio ambiente contribuindo com a redução de poluentes é a preparação das cidades para o recebimento dos carros elétricos, que, segundo os especialistas, serão uma realidade inevitável. “Vamos precisar preparar os municípios para atender esses automóveis. Ao invés de um posto de gasolina, os motoristas vão procurar um lugar para recarregar a bateria de seus carros”, explica Coury.

Segundo Asada, a missão não é simples: “Diferente de uma casa, a demanda de um carro elétrico ainda é desconhecida. Dessa forma, como pensar em toda uma estrutura de rede elétrica sem saber como e onde esses veículos irão circular? Não depende apenas de conhecer os automóveis, mas também o comportamento das pessoas”, diz o especialista.

     “As redes de energia de hoje não são monitoradas”, afirma Eduardo Asada, professor do SEL

Alto potencial, pouco engajamento – De acordo com os professores, o Brasil sempre se destacou em pesquisas na área de energia renovável. Primeiro, por causa de sua grande extensão territorial, o que torna primordial a existência de mecanismos que entreguem energia para grandes distâncias, segundo, pela sua riqueza hidrográfica, que facilita o processo de geração de energia. Apesar de o Brasil possuir muitos cientistas tratando das Smart Grids, algumas barreiras impedem o avanço mais rápido de suas aplicações: “A área é muito conservadora e as empresas ainda possuem certa resistência do ponto de vista de inovação”, diz Coury.

Mais um fator que atrasa o desenvolvimento da área no Brasil é a falta de políticas públicas que incentivem os estudos nesse campo. Segundo o professor, seria essencial uma melhor infraestrutura e um maior investimento no setor e tudo isso passa, não só pelo Governo Federal, mas também pelas prefeituras na gestão das cidades. Nos Estados Unidos, um dos pioneiros na área, o cenário é o oposto e já podemos encontrar cidades que utilizam elementos das Smart Grids. A legislação norte-americana, inclusive, está avançada nesse aspecto e conta até com regulamentação para o uso da tecnologia.

Segundo Coury, além das questões governamentais que prejudicam o andamento das pesquisas, a desigualdade do Brasil também atrapalha: “Existem projetos inovadores, mas que não poderão atender a todas as regiões do país, pois, em determinadas localidades, a disponibilidade de energia elétrica é precária. Isso é falta de planejamento”, explica.

                           Alunos do Laboratório de Sistemas de Energia Elétrica 

Apesar do cenário desfavorável, algumas concessionárias brasileiras já começaram a executar projetos-piloto. Como exemplo, podemos citar a instalação de medidores inteligentes e painéis fotovoltaicos em regiões de Campinas, além da introdução de pontos de recarga para carros elétricos no trecho que liga o município à capital paulista. Essas iniciativas servem de alento aos pesquisadores para que vislumbrem um cenário otimista para o futuro: “Quando se falava em Smart Grids há cinco anos, imaginávamos algo para o futuro e hoje não é mais assim, as coisas estão acontecendo. Os medidores inteligentes, por exemplo, já são praticamente uma realidade e não devem demorar para estar em nossas casas”, afirma Coury.

Atuação – No SEL, diversos estudos são realizados no âmbito das Smart Grids. Além dos professores Asada e Coury, compõem o mesmo grupo de pesquisa os docentes Mario Oleskovicz e José Carlos Vieira Junior. Métodos para melhorar a qualidade da energia elétrica, novas rotas e expansão de sua distribuição, ajustes em equipamentos para proteção contra curto circuitos, segurança na rede de energia e monitoramento estão entre os trabalhos que são desenvolvidos no Laboratório de Análise de Sistemas de Energia Elétrica (LASEE) e no Laboratório de Sistemas de Energia Elétrica (LSEE).

Outro grande projeto dos pesquisadores é o desenvolvimento de baterias gigantes que possam ser instaladas em redes de distribuição de energia para alimentar casas ou até bairros. Essa é mais uma alternativa de migração para uma matriz energética limpa capaz de diminuir o uso de fontes reconhecidamente poluentes, tanto em ocasiões de pane no sistema, quanto em épocas do ano nas quais o consumo é maior. “Nosso objetivo é que as pessoas tenham mais autonomia, possibilitando que o fornecimento de energia esteja disponível 100% do tempo e de uma maneira sustentável”, finaliza Asada.

Aparelhos no SEL simulam o funcionamento das Smart Grids

Os trabalhos na área também contam com a atuação de outros dois laboratórios no SEL: o Laboratório de Análise Computacional em Sistemas Elétricos de Potência (LACOSEP) e o Laboratório de Automação Inteligente de Processos e Sistemas (LAIPS).

Smart Grids em Metáfora: Alguns cientistas utilizam a figura de linguagem para definir e ilustrar o conceito de Smart Grids como sendo “o encontro de Thomas Edison com Bill Gates”. Enquanto o inventor da lâmpada incandescente representa nosso antigo sistema elétrico de potência, o bilionário fundador da Microsoft retrata o que há de novo, no que diz respeito à informatização e à modernização desses sistemas.   

 

Texto e fotos: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL
Edição de imagens: Marília Ruberti

 

Mais informações
Assessoria de Comunicação do SEL

Telefone: (16) 3373-8740
E-mail: comunica.sel@usp.br

 

 

 

Startup iniciada na USP vence competição na Suíça e arrecada fundos para receber prêmio

Startup iniciada na USP vence competição na Suíça e arrecada fundos para receber prêmio

 

eesc thinkmilk

 

A ‘spin-off’ de inovação tecnológica Thinkmilk, iniciada com o apoio da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP durante a Oficina de Inovação 2016, venceu o prêmio Social Impact Award Switzerland (SIA Summit 2017), em Genebra, tendo os melhores plano de negócios e ‘pitch’ entre as 13 startups ‘early-stage’ de impacto social participantes. Agora, por meio de uma campanha coletiva, a equipe busca financiamento para viajar à Europa e participar da cerimônia de premiação.

Fazem parte do grupo do projeto o aluno do Curso de Engenharia Elétrica da EESC, Bruno Felipe de Azevedo Santos, o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da EESC, Rodrigo Duarte Pechoneri, e, como colaborador, o servidor do Grupo de Óptica do IFSC, João Marcelo Pereira Nogueira, além de outros parceiros suíços. Eles recebem orientação do professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola, Daniel Varela Magalhães, e têm como mentor o professor do Departamento de Engenharia de Produção da EESC, Daniel Capaldo Amaral.

O objetivo da Thinkmilk é desenvolver um dispositivo composto por um sensor de baixo custo que coleta e analisa amostras de leite durante a ordenha, exibindo informações sobre a qualidade do produto, traços de antibióticos e possíveis doenças do animal, ajudando pequenos fazendeiros a reduzir o desperdício de leite e a combater a mastite, um dos maiores problemas da pecuária de leite brasileira. Saiba mais neste artigo.

Bruno pretende representar a equipe entre os vencedores de 18 países – Áustria, Croácia, República Checa, Grécia, Hungria, Rússia entre outros – na cerimônia de encerramento SIA Summit 2017, que acontecerá entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro. Porém, para viabilizar sua viagem, a equipe precisa arrecadar R$ 2,5 mil por meio desta campanha de crowdfunding: benfeitoria.com/thinkmilk.

No evento, Bruno receberá o prêmio de quatro mil francos suíços (equivalente a R$13 mil), que será investido integralmente na Thinkmilk. Além disso, terá a oportunidade de apresentar o projeto a um grupo de capital de risco suíço interessado na tecnologia.

                                 Equipe Thinkmilk.  Foto: Impact Hub Geneva


Sobre a Oficina de Inovação – 
Oficina é uma realização da Agência USP de Inovação em parceria com o Centro de Engenharia Aplicada à Saúde (CEAS) da EESC e o Centro Avançado EESC para Apoio à Inovação (EESCin) e visa apoiar projetos com caráter inovador submetidos por alunos de graduação de qualquer unidade da USP.A startup também foi classificada em 3º lugar no hackathon de uma das maiores conferências de Internet das Coisas do mundo e eleita uma das 25 melhores ideias de negócios da Suíça no ano de 2017.

 

Por Assessoria de Comunicação da EESC

 

Mais Informações
Thinkmilk
E-mail: thinkmilkbr@gmail.com 
Facebook: fb.com/thinkmilkbr