Alunos do Texas participam de programa de intercâmbio no SEL

Alunos do Texas participam de programa de intercâmbio no SEL

Além de conhecerem um pouco da cultura brasileira, estudantes norte-americanos de engenharia elétrica tiveram aulas com alunos de graduação da EESC

Alunos da EESC e da Universidade Texas A&M tiveram aulas juntos durante o programa

Eles saíram dos Estados Unidos e viajaram milhares de quilômetros com um destino definido: o Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP). Esse foi o caminho percorrido por 11 alunos da Universidade Texas A&M (TAMU), que participaram do Study Abroad, programa que leva estudantes para outro país no período de férias para estudarem disciplinas de seus cursos e conhecerem uma nova cultura.

“O principal motivo em escolher a USP é que os alunos podem ter aulas com os estudantes brasileiros, e isso não foi possível em nenhuma outra universidade”, conta o professor da TAMU, Shankar Bhattacharyya, responsável por ministrar as aulas aos jovens. O aluno de Engenharia Elétrica Aurélio Batista aprovou a iniciativa: “A oportunidade de acompanhar aulas em inglês é um grande diferencial e uma ótima maneira de integração cultural”, afirma.

Já em sua quarta edição no SEL, o Programa possibilita que os alunos cursem, em tempo reduzido, mas com o mesmo conteúdo e carga horária, duas disciplinas da grade regular de graduação em engenharia elétrica, obtendo, assim, os créditos necessários. As disciplinas oferecidas são: “Sinais e Sistemas” e “Fundamentos de Controle Linear”. Nesse ano, 28 alunos da EESC participaram do curso que é coorganizado pela professora do SEL Vilma Alves de Oliveira.

Professor Shankar participa pela quarta vez do Study Abroad no SEL

“Nossos estudantes têm a oportunidade de conhecer como essas disciplinas são ministradas no exterior. É uma experiência muito enriquecedora para eles”, afirma Vilma. A docente ressaltou, ainda, que o Programa é muito valorizado pelas universidades americanas, sendo oferecido por várias instituições. Além das aulas, os alunos também participaram de tarefas e testes relacionados à tecnologia da informação, realizando atividades práticas no Laboratório de Ensino Informatizado por meio do sistema Matlab – um software voltado para a resolução de cálculos numéricos.

Recepção – Os alunos estrangeiros chegaram a São Carlos no dia 9 de julho e foram recebidos pelo aluno de graduação Pedro Paulo Vieira. Ele foi o responsável por toda a logística e programação dos visitantes durante a estada na capital da tecnologia. As aulas, que começaram no dia 10, tiveram duração de três semanas e contaram com a monitoria de dois alunos do Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica da EESC: a doutoranda Rayza Araújo e o mestrando Rafael Magossi.

“Eles foram muito dedicados e chegavam até a pedir para estudar com a gente no período em que não estavam tendo aula. Acabamos nos envolvendo e isso criou um grande vínculo não só de ajuda, mas também de amizade”, conta a dupla que recebeu cartões e presentes dos norte-americanos em forma de agradecimento.

Outro momento marcante do Programa ocorreu no dia 19 de julho, quando os participantes estiveram no Sarau, evento realizado no Centro Cultural Espaço 7, em parceria com o Projeto Contribuinte da Cultura. Essa foi mais uma oportunidade de integração entre os alunos, na qual puderam conversar e apreciar boa música.

Megan aprovou o contato com os brasileiros e as novas maneiras de aprendizado

“Eu sempre ouvi muita gente falar desse programa e realmente é muito interessante poder fazer uma viagem internacional. Para mim, a comunicação com as pessoas e as novas maneiras de aprender são as experiências mais valiosas”, conta Megan Culler, aluna da TAMU.

Além do aprendizado, ela também aproveitou a viagem para conhecer belos lugares com seus colegas: “Fomos para Brotas, onde fizemos rafting, visitamos uma cachoeira e andamos de caiaque. Semana que vem vamos para o Rio de Janeiro”, conta a estudante que ainda elogiou a gastronomia brasileira: “Adorei a comida e principalmente os sucos daqui”.

Freddy sonha em trabalhar um dia no Brasil numa empresa do setor químico

O venezuelano Freddy Sanchez, que estuda na TAMU, tem 31 anos e aos 19 se mudou para os Estados Unidos. Encantado pelo Brasil, ele sonha um dia em trabalhar no país: “Eu sinto falta da América do Sul, da temperatura, das belezas naturais e das pessoas. Todos no Brasil estão sendo muito legais comigo e com certeza traria meus filhos para viver aqui”, diz o estudante que tem como objetivo trabalhar em uma empresa do setor químico.

Texto e fotos – Henrique Fontes
Assessoria de Comunicação do SEL

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E-mail: comunica.sel@usp.br

 

20 anos construindo sonhos e carreiras

20 anos construindo sonhos e carreiras

Curso de doutorado do Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica da EESC se consolidou e contribuiu para que o Programa se tornasse um dos mais importantes do país.

O professor Luis Fernando Costa Alberto recebe homenagem pela primeira tese de doutorado defendida no Programa de Engenharia Elétrica da EESC.

 “Ao longo desses 20 anos o doutorado em engenharia elétrica se tornou referência, tanto pelo alto nível de produção científica, quanto pelo sucesso de nossos ex-alunos que estão bem colocados no mercado”. O depoimento é do professor Luis Fernando Alberto, coordenador do Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP). Ele é o autor da primeira tese de doutorado defendida na história do Programa, em 1997, e foi um dos homenageados durante o evento que comemorou os 20 anos do curso, realizado na última segunda-feira, 7 de agosto.

O professor Geraldo R.M. da Costa foi homenageado pela criação do curso e das diretrizes para sua consolidação.

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Marisa Fortulan, secretária do Programa desde 2001, também é homenageada.

A confraternização, que ocorreu no Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC, começou com homenagens.  Além de Luis Fernando, também foram lembrados a funcionária Marisa Fortulan, secretária do Programa desde 2001, e o ex-coordenador do Programa Professor Geraldo R.M. da Costa, que foi um dos criadores do curso e das diretrizes para sua consolidação.  “O Departamento vem numa crescente muito grande nas últimas décadas e isso é fruto do trabalho dos professores e de uma comunidade interessada em fazer acontecer. Pouco a pouco conseguimos o destaque na sociedade acadêmica” ressalta o professor Denis Coury, que é chefe do SEL.

No período da manhã, ainda houve espaço para duas palestras com importantes convidados. O primeiro deles foi o professor Carlos Carlotti Júnior, Pró-reitor de Pós-graduação da USP. Ele conversou com os participantes sobre as possíveis mudanças pelas quais a pós-graduação da Universidade deve passar: “Estamos tentando implantar a ideia de começar a avaliar os trabalhos dos pesquisadores pela qualidade e não pela quantidade. Acredito que, em breve, poderemos perguntar o que o cientista fez de bom no ano anterior ao invés de questionar quantos trabalhos ele publicou”, explica.

Brito Cruz defende o investimento em ciência e tecnologia para melhorar a economia do país

Quem também esteve presente no evento foi o professor Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Ele apresentou uma palestra sobre o atual cenário de ciência e tecnologia no Estado e fez uma comparação interessante com os Estados Unidos.

Brito Cruz selecionou as 20 universidades norte-americanas que mais receberam financiamentos de empresas em suas pesquisas no ano de 2014 e comparou os números com as três principais universidades paulistas: USP, Unesp e Unicamp. O número de investimentos feitos por empresas nas universidades brasileiras, nesse mesmo período, seria suficiente para colocá-las dentro da lista americana, provando que, nesse aspecto, as instituições nacionais citadas conseguem ser competitivas com as do exterior.

O professor comentou ainda sobre a crise econômica pela qual passa o Brasil e fez um alerta que vai de encontro aos recentes cortes feitos em ciência e tecnologia: “Os investimentos que um governo faz nessas áreas é o que faz a economia do país crescer. Isso é sempre necessário, com ou sem crise”, afirma.

Mesa de debates discutiu sobre o futuro da pós-graduação no Brasil

O futuro da pós-graduação – Na parte da tarde, a programação ficou por conta de duas mesas de debates no Anfiteatro Armando Toshio Natsume do SEL, onde o evento aconteceu. Uma delas tratou sobre o que se espera da pós-graduação daqui em diante, na qual participaram o professor José Roberto Piqueira, diretor da Escola Politécnica (Poli) da USP, Eduardo Cleto Pires, coordenador das Engenharias I na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Murilo Romero, coordenador das Engenharias IV na CAPES e professor Luís Fernando, que também é presidente da Comissão de Pós-Graduação da EESC.

“Acredito que o maior desafio da pós-graduação no futuro é consolidar a interdisciplinaridade entre as áreas. Nós entendemos que não é mais viável termos o foco apenas em uma única frente de pesquisa, como uma engenharia elétrica pura, por exemplo, temos que trabalhar juntos. Com esse cenário, creio que vamos avançar bastante”, explica Cleto Pires.

A segunda mesa discutiu sobre novas metodologias de ensino e interdisciplinaridade

A segunda mesa de debates colocou em pauta as novas metodologias e possibilidades de integração entre graduação e pós. Participaram do bate papo o professor Glaucius Oliva do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), o professor Sergio Proença, coordenador de diretrizes curriculares da EESC, a professora do SEL Vilma Alves de Oliveira e o professor Daniel Amaral, presidente da Comissão de Graduação da EESC que destacou a importância de estimular os jovens graduandos a trilharem a carreira acadêmica.

Ele conta que os estudantes da EESC são incentivados a mergulhar nesse universo da pesquisa por meio de diversas iniciativas. Além de terem a oportunidade de desenvolver iniciação científica, eles podem cursar disciplinas em conjunto com alunos da pós-graduação. Ainda existe o Programa de Assistência ao Ensino (PAE) que visa aprimorar a formação do pós-graduando fazendo com que eles ajudem os professores a ministrar as aulas para os jovens da graduação, fortalecendo, assim, a integração entre essas duas turmas.

“A sociedade do futuro é a do conhecimento e as empresas de hoje estão valorizando bastante a pós-graduação, é um movimento que está quebrando paradigmas”, explica. O paradigma que está sendo transformado, segundo o docente, é o que figurava até ano passado quando os engenheiros que decidiam fazer pós-gradução eram vistos pelos empregadores como profissionais que não conseguiram entrar no mercado ou então como especialistas muito “teóricos”. No entando, Daniel conta que esse pensamento mudou e os empresários já reconhecem a importância de se qualificar e trabalhar com inovação. “Nós temos muitos alunos que querem empreender”, finaliza o professor.

Anfiteatro do SEL ficou lotado durante o evento

O programa de pós-graduação em Engenharia Elétrica da EESC possui o nível mais elevado de conceito da CAPES, recebendo nota 7. Ao longo de sua trajetória, formou mais de 250 doutores, que publicaram centenas de trabalhos em veículos de grande impacto científico.

Veja a programação do evento

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Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL
Fotos: Marília Ruberti – Assessoria de Comunicação do SEL

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Telefone: (16) 3373-9365
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