EESC oferece bolsa de pós-doutorado em Engenharia Elétrica

INSCRIÇÕES ENCERRADAS 

EESC oferece bolsa de pós-doutorado em Engenharia Elétrica

A Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP está com inscrições abertas para o processo seletivo que irá conceder uma bolsa de pós-doutorado em seu Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. As inscrições, que são gratuitas, podem ser realizadas até o dia 27 de junho por candidatos do Brasil e do exterior. São quatro linhas de pesquisa disponíveis: Processamento de Sinais e Instrumentação; Sistemas Dinâmicos; Sistemas Elétricos de Potência e Telecomunicações.

A bolsa oferecida faz parte do Programa Nacional de Pós-doutorado (PNPD) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e tem valor mensal de R$ 4.100,00. Sua vigência terá início em julho de 2019, com duração de um ano, podendo ser prorrogada por solicitação do candidato, se aprovado relatório de atividades. Para obter todos os detalhes sobre prazos, processo de inscrição e documentos necessários, acesse o edital completo. É necessário preencher uma ficha online para concorrer. Os candidatos serão avaliados por meio dos seguintes critérios: Curriculum Vitae, com ênfase para artigos publicados nos últimos cinco anos, projeto de pesquisa e cartas de referência.

Qualidade reconhecida: – O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC-USP foi criado em 1975 com o Mestrado, estendendo-se ao Doutorado em 1997. Reconhecido com nota máxima (7) pela Capes nas últimas avaliações realizadas pela instituição, o Programa formou ao longo de sua trajetória aproximadamente 700 mestres e mais de 250 doutores, com centenas de trabalhos publicados em veículos de alto impacto científico.

Embora oferecido para engenheiros eletricistas, eletrônicos e de computação, o Programa acomoda alunos com diferentes formações, incluindo matemáticos, físicos, bacharéis em computação e de outras áreas da engenharia. Todo o conjunto de atividades do Programa é planejado para promover a formação dos estudantes sob o ponto de vista teórico-científico e tecnológico, preparando-os tanto para a carreira acadêmica e pesquisa quanto para atuar nos setores industriais e de serviços.

Mais Informações
Secretaria de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC
Avenida Trabalhador São-carlense, 400 – Parque Arnold Schimidt
CEP: 13.566-590 – São Carlos – SP
Telefone: (16) 3373-9371
E-mail: posee@sc.usp.br

Tecnologia mais fina que um fio de cabelo gera hologramas com mais qualidade

Tecnologia mais fina que um fio de cabelo gera hologramas com mais qualidade

Criada na USP em São Carlos, nanoestrutura feita de silício cristalino projeta imagens mais definidas, tridimensionais e sem “fantasmas”

Pequeno quadrado circulado na primeira imagem corresponde a uma das metassuperfícies fabricadas, a qual é composta por inúmeros nano postes de silício, como pode ser observado na figura do meio. A última coluna exibe peças de xadrez reconstruídas com a nova tecnologia. Foto: Augusto Martins

Você sabe qual o tamanho de um nanômetro? Não? Então considere o diâmetro de um fio de cabelo como referência. Acha que agora está próximo? Calma, ainda precisamos diminuir um pouco mais. Que tal então tomarmos como base uma célula humana? Sinto informar, mas ainda não é o suficiente. Está bem, chega de mistério! Um nanômetro é o equivalente a um bilionésimo de metro, ou se preferir, o mesmo que um milímetro dividido por um milhão. Realmente minúsculo, não é mesmo? Apesar de serem microscópicas, estruturas em escala nanométrica estão presentes em nossa rotina dispostas a nos oferecer uma série de aplicações. A próxima delas, inclusive, pode ser a tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP capaz de gerar hologramas com mais qualidade. Produzidas à base de silício em sua forma cristalina, novas nanoestruturas transmitem com maior intensidade o laser que incide em sua superfície, resultando em imagens mais definidas, tridimensionais e sem os chamados “fantasmas”.

Metassuperfície formada por centenas de nanoestruturas em formato cilíndrico. Foto: Augusto Martins

Inédita no mundo, a aplicação foi criada pelo Grupo de Metamateriais, Microondas e Óptica (GMETA) do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC. Na pesquisa, os cientistas projetaram alguns conjuntos de nanoestruturas, chamados de metassuperfícies, a fim de controlar as propriedades da luz. “Uma tendência marcante no mercado tecnológico é a miniaturização dos dispositivos para torná-los cada vez mais compactos, mas sem comprometer seu desempenho. Basta ver a evolução dos celulares, notebooks e televisores ao longo dos anos, que estão ficando cada vez mais finos e eficientes em suas funções”, explica Augusto Martins, doutorando da EESC e um dos autores do trabalho. Segundo ele, a versatilidade e a fácil integração a outras tecnologias são algumas das principais vantagens de miniaturizar dispositivos.

Pelo fato de absorver menos luz em comparação a outros materiais utilizados em holografia, como o silício policristalino e o silício amorfo, o silício cristalino, escolhido pelos pesquisadores para a produção das metassuperfícies, possibilita a transmissão da luz do laser de forma mais intensa. “Tais estruturas devem ser energeticamente eficientes, ou seja, a maior parte da luz que incide sobre elas deve ser convertida de forma útil nas aplicações para as quais foram desenvolvidas”, reitera Augusto, que testou sua tecnologia projetando peças de xadrez holográficas.

Holograma obtido durante o trabalho na USP. Por absorver menos a luz, silício cristalino transmite laser com mais intensidade. Foto: Augusto Martins

Dois em um – Uma das metassuperfícies produzidas pelos pesquisadores trouxe outro diferencial ao trabalho: a possibilidade de observar hologramas em três dimensões. Para que isso fosse possível, foram projetadas nanoestruturas capazes de codificar dois hologramas simultaneamente, nas quais Augusto aplicou a técnica de estereoscopia, responsável por proporcionar a sensação de profundidade em vídeos e imagens, obtida a partir do uso de óculos especiais. “Essa projeção, chamada de estereograma, pode ser vista a partir da sobreposição de duas fotos de uma mesma cena, gravadas com câmeras adjacentes”, afirma o doutorando, que projetou figuras de pequenos aviões para validar o método.

Segundo o professor Ben-Hur Viana Borges, docente do SEL e um dos orientadores da pesquisa, as metassuperfícies são objeto recente de estudo dos pesquisadores de todo o mundo e prometem revolucionar o cenário tecnológico tanto em aplicações ópticas quanto de micro-ondas. Ele explica que a tecnologia pode ser utilizada em diversas áreas, como entretenimento, produção de lentes e até mesmo em segurança de informação. “Do ponto de vista tecnológico, nosso trabalho resultou em avanços significativos que tornam a integração dessa tecnologia no mercado cada vez mais próxima”, completa o professor.

Estereograma permite observação de imagens em três dimensões. Efeito acontece quando há a sobreposição de duas fotos de uma mesma cena capturadas com câmeras adjacentes. Foto: Augusto Martins

Intitulado Broadband c-Si metasurfaces with polarization control at visible wavelengths: applications to 3D stereoscopic holography, o trabalho foi destaque em publicação da Optical Society of America (OSA), importante entidade científica norte-americana que divulga pesquisas da área de óptica e fotônica. Além de Ben-Hur, o estudo foi orientado pelo professor Emiliano R. Martins do SEL e ainda contou com a colaboração dos pesquisadores Juntao Li, Achiles da Mota, Vinicius Pepino, Yin Wang, Luiz G. Neto e Fernando Teixeira. A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL/USP

 

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